terça-feira, 28 de abril de 2009

Ela parece tanto comigo... Parte III

Não era possível, aquela mulher não era eu, isso é loucura! Tudo estava muito confuso, tinha que falar com ela, tinha que descobrir porque a solidão parecia estar sentada ao lado dela durante anos. Mas como faria isso?

Para começar, tentei manter a sanidade e a calma. Comecei a observar, me sentei no sofá com as pernas cruzadas, de frente para o som. Só agora reparei que tocava uma música de um dos meus CD’s preferidos, Los Hermanos – Bloco do Eu sozinho, mais uma conhecidência. Afundei-me no sofá macio, ouvindo a musica, me distrai e nem percebi que a visita tinha ido. Levei um susto quando a mulher disse: “Você está ai não é? Não posso te ver nem te ouvi, mas sinto que você está ai”.

Sim, sim eu estou aqui, tenho tantas perguntas, a começar por “quem é você?” e terminar com “como você sabe que eu estou aqui?”. Foi interrompida por um suspiro.

“Ou talvez seja só mais um delírio da minha cabeça. Só mais uma peraltice sem graça da minha solidão, que insiste em ser engraçadinha. Aquilo foi um sonho, nunca vai acontecer, nunca. Não acontece nada há vários anos.” As lágrimas começaram a correr pelo seu rosto. Parecia que a solidão tinha tomado toda a casa, nem o sambinha de Gilberto Gil com a Marjore, que passou a tocar, pude alegrar o ambiente. Não, não, eu estou aqui, não sou fruto da sua imaginação não, talvez, você seja da minha.

Formou-se um nó de tristeza, impotência e solidariedade a solidão daquela senhora, na minha garganta. Como ela teria se tornado tão sozinha? Não era feia, não parecia ser chata, não parecia ser viúva. Tá aí, será que já fora casada? Talvez tivesse se casado, talvez tivesse sido abandonada.

Talvez aquela solidão toda fosse causada por um amor, um amor não correspondido, um amor amaldiçoado, um amor perdido em meio há tantos anos passados. Ou talvez, o que era ainda pior de se imaginar, a solidão estivesse substituindo o amor. Talvez ela não conseguisse amar e por isso a solidão lhe fazia companhia.

“Sim, se bem conheço essa curiosidade, se estiver mesmo aqui, deve está se perguntando por que tanta solidão presa nesse apartamento tão pequeno, não é?”

Ela realmente estava me assustando, conhecia até mesmo o que eu pesava. A possibilidade de aquela estranha ser eu, cada vez mais parecia a mais acertada. Mas era estranho pensar que eu não estava me reconhecendo. Também pudera, tanta solidão naquele rosto que talvez, nem ela mesmo se reconhecesse ao espelho.

“Minha solidão não é causada por um amor não correspondido, ou frustrado, perdido, como você deve está imaginando. Ele simplesmente não aconteceu. Não sei bem quando, mas me perdi em algumas coisas da vida, talvez tenha perdido a chance de amar. Sei que quando dei por mim, todos já tinham se encontrado. E eu não.”

Não é possível! Esqueceu de amar? Isso não existe! Como dirão os clichês: nunca é tarde para o amor! Em algum lugar existe alguém que também está só esperando o dia que vocês iram se encontrar. A solidão não tem par, é ela quem vive sozinha, e não você.
Continuaaaaa.......

4 comentários:

Anônimo disse...

Vc que escreve essas coisas ou copia de algum lugar?
Eu nao entendo, é muito profundo pra mim.
(L)

Lola disse...

Sua retardada...
EU ESCREVO NE...
Poiaaaaa Moooooooooooorrr

IvanN Monteiro disse...

Isso é pessoal ou ficção??

pq se for pessoal, tenho muito o q escrever, e vai sair maior que o seu post kkk

bjox linda!
te adoro!

Estéphanie Mognatto disse...

ta ficando interessante, cada vez mais!..
=]

\o\ ...
bjuu