quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ela parece tanto comigo... Parte II

A mulher levantou em um pulo, como se esperasse aquela campainha tocar a alguns meses. Atendeu sem ao menos olhar para o olho mágico da porta. Algumas crianças entraram a abraçaram, gritando: “Madrinha, madrinha, que saudade!”. Madrinha? Que lindo! Ela não parecia tão solitária agora. Mas a nossa ligação era tão forte que ainda podia ver que aquela solidão não era passageira, era grande demais para isso.

Fiquei tão curiosa para saber de quem eram aquelas crianças tão lindas, que acabei me esquecendo um pouco da minha agonia de não saber onde estava e quem era aquela estranha tão familiar.

Logo atrás das crianças estavam duas pessoas que eu conhecia muito bem, meu casal preferido e, pelo sorriso que ela abriu, dela também. Eles se casaram? Essas crianças são deles? Como? Eu seria a madrinha!? Meu Deus, onde eu estava durante esse tempo todo? Quantos anos se passaram? Porque eles não podem me ver? Estou morta! Meu Deus, eu morri! Como? Acidente será? Mas quem é essa mulher?

Calma, talvez eu não tivesse morrido, talvez apenas um sonho um pouco assustador. Mas não podia acordar sem saber quem era aquela mulher. Tinha que descobri porque a tristeza era tão grande dentro dela. Ocorreu-me o medo de que, por ser tão parecida com ela, aquele pudesse ser o meu futuro.

Quando terminei de pensar nisso, um medo ainda maior correu por todo o meu corpo. E se ela realmente fosse meu futuro? Será que viveria solitária em casa a espera de uma brecha na agenda de alguns amigos? Colhendo o carinho de filhos de outros?

2 comentários:

Estéphanie Mognatto disse...

gostei. vc escreve muito bem. ^^

Ricardo Aiolfi disse...

esse seu texto me lembrou um sonho que tive

escreverei ele em breve no meu blog



mas a lição que tirei do meu sonho foi de tentar mudar as coisas agora
mude! =]